terça-feira, 30 de setembro de 2008

VEXAME GASTRÔNOMICO


VEXAME GASTRONÔMICO
Thelma Regina Siqueira Linhares

Ela, dia desse se meteu em uma situação constrangedora gratuitamente...
Após uma reunião de trabalho, a hora da confraternização. Uma mesa recheada de guloseimas: doces e salgados variados e algumas frutas tropicais. De deixar qualquer um com água na boca e completamente fora do regime.
Ela não é chegada a lanches. No máximo, um docinho e um salgado. E, refrigerantes, nem pensar.
Dirigiu-se à mesa. Pegou uma fatia de bolo de rolo e começou a degustar. Não sabe porque, lembrou-se do maridão e dos filhotes e resolveu fazer um mimo para eles. Pegou outra fatia de bolo de rolo, empadinha, coxinha de galinha, enfim, a preferência de cada. Quando viu, estava com um guardanapo recheado na mão.
Até ai tudo bem. Estava na área da confraternização e guardanapos recheados na mão não chamam atenção. Nada de estranho, portanto.
Foi quando saiu do recinto é que começou o seu vexame. Não sabia onde esconder a mão esquerda. Cobriu-a com a direita. Deixou-a pendida ao longo do corpo. Tentou encobri-la com a bolsa. Um senhor vexame gastronômico!
Já em casa fez a distribuição das guloseimas. E jurou nunca mais passar vexame gastronômico.

Recife, 2003

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