segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cachorro-quente, por quê não?

Cachorro-quente, por quê não?
Thelma Regina Siqueira Linhares

Raimundo Júnior, com três anos, estava na Educação Infantil.
Uma manhã, ao voltar da escola, Vovó Dinha percebeu que o seu lanche voltou intacto.Desenvolveu-se, então, o seguinte diálogo entre ela e o pequeno:
- Júnior, você não lanchou?!
- Lanchei, mainha.
- Mas seu lanche voltou...
- Lanchei na escola. A tia me deu.
- E o que foi, meu filho?
Gesticulando, ele explicou:
- Foi um au-au-zinho, assim... cheio de carne.
 
(Publicado em www.usinadeletras.com.br, em 09/02/2002).
(Livro (inédito) É DE CRIANÇA falação, travessuras, causos, etc. e tal... Thelma Regina Siqueira Linhares)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Baixinho... baixinho

 
Edna Maria quando criança, bem pequena em Fortaleza, gostava de repetir essa história:
Estava brincando no quintal de casa, quando escutou um barulho que se fazia cada vez mais forte. Era um avião que voava tão baixo, mas tão baixo, que, quando sobrevoou o espaço da casa, seus cabelos ficaram todos em pé, por conta do deslocamento do ar...
(Publicado em www.usinadeletras.com.br, em 02/02/2002).
(Livro (inédito) É DE CRIANÇA falação, travessuras, causos, etc. e tal... Thelma Regina Siqueira Linhares)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Peninha Versátil

PENINHA VERSÁTIL
Thelma Regina Siqueira Linhares

 

 Antes, eu estava na asa esquerda de um lindo pombo branco, que gostava de voar, só ou em bando, pelos arredores da cidade grande. Apesar do desenvolvimento urbano, da poluição e do desmatamento, encontrava, nos inúmeros vôos diários, algumas áreas verdes: uma praça, um jardim, uma rua. Nesses paraísos arborizados, era sempre prazeroso o contato com a mãe natureza, o usufruir da liberdade, o conviver com irmãos, o sentir a brisa entre as asas. E era sempre uma aventura!
Naquela manhã, meu destino foi traçado.
Eu-pombo pousei numa rua sossegada, em cujas margens havia um estacionamento de carros. Parecia tudo tranquilo e seguro. Até que um gato pulou em cima de mim... A custos, consegui me desvencilhar daquele abraço quase mortal.
Eu-peninha, porém, fiquei... Atordoada... Amassada.... Uma poça d’água logo maculou-me. Mesmo assim, pesada e suja de lama, alcei vôo e sai daquele lugar infernal, completamente ao sabor do vento. Voei... Pousei... Parei. Voei novamente. Até que mãos me pegaram. Deram-me um trato e, finalmente, fui ornar um brinco artesanal de menina.
Eu-brinco estou bonito e feliz, especialmente, quando sopra uma brisa. 


http://www.usinadeletras.com.br/ T Thelma Regina Siqueira Linhares, publicado em 10/04/2004.