sábado, 14 de fevereiro de 2009
AMOR DE CARNAVAL
AMOR DE CARNAVAL (*) (prosa)
Thelma Regina Siqueira Linhares
Era mais uma vez carnaval. Noite de carnaval. Última noite do reinado de momo daquele ano. (1982)
No clube, a orquestra tocava os primeiros acordes do Vassourinhas, hino oficial do carnaval pernambucano. E os foliões ensaiavam os passos na derradeira noite de folia, que prometia muita animação.
Fantasiados ou não, todos esperavam viver horas de alegria, entregues aos ritmos frenéticos do frevo, do maracatu, do caboclinho, do samba e das marchinhas - afinal, o carnaval pernambucano sempre foi muito rico e versátil, possuindo diferentes formas de se manifestar.
Ela, naquela noite, tinha caprichado.
Dançava.
Cantava.
“Tantos risos. Oh! Quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão...”
De repente, seus olhos encontraram outros olhos.
E entre uma música e outra, os dois estavam brincando juntos. Muito suor. Alguma cerveja. E um carnaval pra lembrar.
Na quarta-feira de cinzas, a quarta-feira ingrata não foi. Marcaram de se encontrar. E se encontraram. E, ainda hoje, partilham da vida e de lembranças, de um carnaval que já se foi e se fez em quatro.
(*) publicado em www.usinadeletras.com.br 2003
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