sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Histórias e flashs: QUELÔNIOS


Após a cheia de 1975, o jabuti que era criado por minha avó Branca foi encontrado afogado no quintal da casa de Campo Grande. Era um animal adulto, grande e que há anos estava na família na expectativa de conter a erisipela, conforme superstição popular. Contava-se que quando pequena eu passei pomada nos olhos do bichinho...

Anos depois, já adolescente, tive uma pequena tartaruga tigre: Preta. Criada em apartamento, vivia solta pela casa e sempre que possível era levada para tomar um solzinho e caminhar na areia e grama. Ainda não havia regulamentação do IBAMA para proteção de animais silvestres. Ela foi doada para Dora, uma irmã de Dinha, que morava em casa, mas terminou desaparecendo numa enxurrada, daquelas que de vez em quando cai no Recife... Tenho duas fotos dela, que posteriormente, digitalizarei para incluir neste post. “Olha um cagado!” foi a fala do pequeno, filho de Lurdinha e Leonardo, ao nos visitar certa ocasião e encantado por vê-la.


Em janeiro de 2012, Edvaldo chegou com os quatro quelônios, doados. Apesar do receio de adotá-los, pois já em tempos de IBAMA, não dava para recusar abrigo e proteção, pois viviam em apartamento, num aquário que já era mais que uma prisão para o grupo. Provisoriamente, ficaram na piscina desativada até a construção do tanque das meninas






Assim, A PretaNinja QuebradinhaMaior e Pequena passaram a ser, também, filhas de mamãe. 

A Preta

Ninja Quebradinha

Maior e Pequena



















O desejo de liberdade para elas, de uma vida mais natural possível, era sempre acalentado, em especial quando observadas ao escutarem o barulhinho da água da mangueira ao complementar água do tanque. (Acho que lembravam águas de rio da longínqua infância...) Mas onde levá-las? Afinal, “eternamente responsável por tudo aquilo que cativas”. Garantias mínimas de bem estar teriam que ter.


Até que surgiu um espaço legal, apresentado por Célia, que também levou três filhas de casquinhos: o sítio de Rogério. O último dia do professor/a, 15 de outubro, foi escolhido para vivenciar mais uma lição de vida: a soltura das quatro tartaruguinhas num lago.







Elas gostaram! E nós, também.


Um comentário:

Thelma Regina Siqueira Linhares disse...

Quando as tartaruguinhas chegaram em 2012 já estavam com uns 7 anos e apresentavam tamanhos e características diferentes. A PRETA, uma tigre, dominava o quarteto, juntamente com MAIOR. NINJA QUEBRADINHA, antes chamada Do Meio, recebeu esse nome pois na primeira noite escalou paredão de um metro sendo encontrada no portão há pelo menos uns 50 metros do local onde estava. Ano depois, apresentou duas quebras no casco. E MENOR, uma fêmea, vivia mais recolhida, meio enterradinha no seu canto predileto.
Meu desejo ao resgatá-las para a natureza é que sejam felizes e que vivam os seus longos anos! Comigo, continuam na memória e agora em histórias compartilhadas.