terça-feira, 23 de dezembro de 2008

LEMBRETE - meu cartão de Natal 2008


A todas e todos que lerem, minha mensagem natalina o lembrete que vale para todos os dias, do ano velho ou do ano novo. Muita paz, sempre! Thelma Regina

sábado, 20 de dezembro de 2008

POR QUÊ?


POR QUÊ?
Thelma Regina Siqueira Linhares

Por quê
esperar
365 dias
para fazer renascer a esperança
se
a cada dia
o sol renasce
em cada nova aurora?!

AGENDA 2007 do SIMPERE

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

GUIRLANDA, um enfeite natalino que se populariza no Brasil


GUIRLANDA, um enfeite natalino que se populariza no Brasil
Thelma Regina Siqueira Linhares

É consenso considerar o Natal como festa universal e simbólica do nascimento do Menino-Jesus, ocorrido há mais de dois milênios, em Belém. Consenso, também, que tal fato divide o tempo histórico da humanidade em AC e DC – antes de Cristo e depois de Cristo, respectivamente. Independentemente de fé e religião, o Natal, vem ao longo dos séculos, incorporando símbolos, pagãos e profanos, anteriores, inclusive, ao próprio fato do nascimento do Menino-Deus e criação do cristianismo. É um ciclo – o Ciclo Natalino – com características próprias que se reflete nas tradições folclóricas, populares e clássicas. Símbolos natalinos diversos combinam-se para dar especificidade ao período, que cada vez mais se estica, apoiado pela mídia e pelo marketing e estimulando o comércio, cujas vendas são as melhores do ano.

A guirlanda é um desses símbolos cada vez mais presente na decoração natalina do Brasil. O cinema americano aparece como grande responsável pela sua popularização no mundo cristão ocidental, a partir da segunda metade do século XX. Decorar a porta da frente, do lado de fora, com guirlanda, principalmente se tiver sido presenteada, é atrair bons fluídos, pois se trata de um adorno de “chamamento” de boas-vindas. É tudo de bom!
Em português, a guirlanda recebe várias denominações. Segundo o dicionário Houaiss, é grinalda “coroa de flores”. Festão ornamental feito de flores, frutas e/ou ramagens entrelaçadas. Para grinalda oferece outros nomes: capela, coroa, diadema, estema, guirnalda, láurea, lauríola, louro e pancárpia.

A guirlanda pode ser confeccionada por muitos materiais. Cipós, fitas, plásticos, palhas secas, bombons, chocolates são algumas versões profanas popularizadas. Industriais ou artesanalmente feitas. Material reciclado, igualmente, vem ganhando terreno na confecção de guirlandas no Brasil. Também, ilustram cartões e transformam-se em adereços e enfeites de árvores de natal.

Tradicionalmente nos países nórdicos, a guirlanda é uma mandala (cujo círculo lembra que a vida é um ciclo de nascimento à morte) coberta por folhagens (de heras, pinheiros ou azevinhos que oferecem proteção no inverno gelado, afugentando a má-sorte e agouros). Uma fita vermelha (representando o amor de Deus pela humanidade) e as velas acesas (a fé e a alegria) completam a guirlanda ou Coroa de Avezinha.
A guirlanda ou Coroa do Advento, considerando-se seu aspecto religioso, é um dos mais significativos símbolos natalinos, pois anuncia a boa-nova no Advento - preparando para o Natal - momento de reflexão, de busca do perdão, para vivenciar o Amor e a Paz pregados por Jesus Cristo, nas religiões cristãs. Nessa guirlanda, há quatro velas. A cada domingo de dezembro, uma é acesa, numa atitude de preparação para o grande acontecimento.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

ESSÊNCIA DO NATAL


ESSÊNCIA DO NATAL
Thelma Regina Siqueira Linhares


Natal
muito mais que receber e dar presentes...

Natal
é ser e estar presente!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

LEMBRETE


LEMBRETE (*)
Thelma Regina Siqueira Linhares

Há tempo de sonhar e realizar,
do alvorecer ao pôr-do-sol
e a um novo amanhecer.
E, se no cotidiano,
a caminhada pesar,
o ciclo se refaz...
vicioso e inexoravelmente.

(*) Livro Diário do Escritor 2009 - Litteris Editora – RJ 2008

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

SÓ UM CONTO DE NATAL

SÓ UM CONTO DE NATAL
Thelma Regina Siqueira Linhares

Já tinha ouvido falar de Natal. De um tal Menino Jesus, pobrezinho, que nasceu há muito tempo, num lugar longe, mas de nome bonito - Belém. Tinha pai e mãe. Ganhou presentes de pastores e reis. Teve anjos e animais por companhia.
Mas, hoje, quem aparece mesmo é o Papai Noel. Não sei como ele agüenta aquela roupa vermelha e quente. Bem que poderia fazer a barba e cortar os cabelos. Afinal, já é bem velhinho pra chamar tanta atenção... o bom é que ele tem um saco cheinho de presentes e que atende sempre aos pedidos das crianças. Sempre, não. Quase sempre. Pois presente de criança pobre corre o risco de ser trocado de última hora. Nunca vem na quantidade pedida ou é radicalmente substituído no conteúdo. Isso, quando não passa batido...
E o Natal estava chegando.
Percebia, aos poucos, as ruas, praças, lojas e casas se transformando. Árvores enfeitadas por bolas coloridas, laços e fitas. Sinos. Velas. Presépios. E luzes. Muitas luzes. E o vai-e-vem de gente cada vez mais carregada de pacotes.
Só a minha rotina parecia não mudar. Continuando na rua com o grupo de iguais. Não obedecendo limites sociais. Fazendo quase tudo que dava na telha. Morcegando ônibus. Chutando portão. Brigando por um pão ou pela cola. Pedindo dez centavos nos sinais. Dormindo ao relento... Voltar pra casa, nem pensar.
Então, chegou a véspera do Natal. Drogado, sofri um atropelamento de moto e fui parar num hospital público. Passei por uma cirurgia na perna. Na enfermaria, convalescendo, fiquei com outras crianças, em plena noite de Natal. Ainda groge da anestesia e da cola, com certeza, vi quando ele se aproximou. Achei que era um anjo. Gordinho, cabelos encaracolados e com um pacotinho nas mãos. Ele me entregou e desejou Feliz Natal. Nem agradeci. Abri o pacote e vi um carro vermelho. Lindo!
Só mais tarde é que entendi que o Feliz Natal, na verdade, foi a chance de continuar vivo e poder recomeçar.

(Os Mais Belos Textos de Natal - CBJE - RJ - nov/2008)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

NATAL


presépio em Gravatá/PE nas comemorações natalinas 2005/2006

NATAL
Thelma Regina Siqueira Linhares

Presépio armado
para reverenciar o Aniversariante
que espera,
pacientemente
há milênios,
que o Amor e a Paz,
enfim,
se façam presentes
na vida de cada ser do planeta Terra,
principalmente,
nos corações e ações
de homens, povos e nações.

(Recife, Natal/2005)

sábado, 6 de dezembro de 2008

NATAL


NATAL
Thelma Regina Siqueira Linhares

É mais uma vez Natal! Estamos a celebrar o nascimento de Jesus Cristo, comemorado há mais de dois milênios. Bem verdade que o 25 de dezembro é simbólico, pois foi esta data fixada pelo Papa Júlio I, no século IV, para se festejar o nascimento do Filho de Deus feito Homem, fazendo substituir a então romana festa pagã do solstício, consagrada ao sol.

Entre nós, cristãos, o Natal se reveste de um significado especial porque, a título de exame de consciência, faz o homem sentir-se mais humano, vivenciando mais intensamente o mandamento novo do Messias: "que vos ameis uns aos outros. Como eu vos tenho amado, amai-vos assim também vós mutuamente". Jó, 13,34.

Por ser uma festa universal, o Natal caracteriza uma época, dando-lhe identidade própria. É o chamado ciclo natalino. Este ciclo engloba expressões diversas da cultura brasileira, em especial a nordestina, destacando-se entre outras manifestações folclóricas, a lapinha, o pastoril, o bumba-meu-boi, o fandango, as folias de reis.

Natal é uma festa de confraternização, de amor. Também é uma grande festa de alegria, de luzes de cores. O presépio, o Papai Noel, a árvore de natal, têm destaque entre os símbolos natalinos de todo o mundo. A troca de presentes e os votos de boas festas através de mensagens diversas são, igualmente, costumes universais. Estes elementos, tão diversificados em suas origens, foram incluídos nos festejos da época, através de um contínuo processo de aculturação, de tal forma que, hoje é quase impossível se conceber o natal sem Papai Noel, por exemplo.

O presépio corresponde à representação da cena de adoração do Menino-Jesus na gruta de Belém. Jesus, Nossa Senhora e São José são figuras humanas obrigatórias. Entre os animais, o burro e o boi. Podendo ainda figurar os três Reis Magos, pastores, anjos, ovelhas e outros bichos. Em geral, estas peças são confeccionadas em barro, madeira, gesso, palha ou outro material, através do artesanato ou industrialmente. E vão ornamentar igrejas, residências, locais de trabalho e vias públicas durante as comemorações natalinas. A criação do presépio é atribuída a São Francisco de Assis que, em 1223, teria armado a primeira lapinha. No Brasil, já no século XVI, foi o presépio trazido pelos jesuítas, no início do período colonial, difundindo-se, a partir de então, o costume de se representar a adoração do Deus-Menino.

O Papai Noel é um elemento relativamente novo nas comemorações natalinas, da maneira especial no Brasil. Foi introduzido no início deste século, tornando-se mais conhecido a partir de 1930, como figura formal e de iniciativa oficial. Atualmente deve sua popularidade, em particular e de modo significado, à publicidade para fins comerciais de que tem sido alvo. Na Europa, sua origem se confunde com as lendas de São Nicolau. Segundo a tradição, a cada fim-de-ano, o bom velhinho deixa o Pólo Norte num trenó puxado por renas douradas, numa velocidade do pensamento, carregando um grande saco cheinho de brinquedos, embora sem condições de presentear as crianças do mundo inteiro – afinal não possui varinha de condão... Sua imagem, conhecida em quase todos os recantos da Terra, através dos modernos meios de comunicação, corresponde a um velhinho gorducho, de barbas brancas, que usa roupas vermelhas e longas botas pretas. É ansiosamente esperado pelas crianças que aguardam receber dele seus presentes de natal, alguns, inclusive, pedidos por meio de cartinhas e bilhetes endereçados ao Papai Noel.

A árvore de natal é, principalmente, um elemento decorativo que, através do colorido de bolas, velas e luzes empresta um ar mais festivo à alegria das comemorações natalinas. Entre nós, é um hábito deste século. Segundo Luís Câmara Cascudo, a primeira árvore de natal foi armada na capital do Rio Grande do Norte – Natal – em 1909. Desde então, tornou-se cada vez mais comum, sua presença nas festas de fim-de-ano. A introdução da árvore de Natal nas festividades do nascimento de Jesus deveu-se a São Vilfrido que, segundo a tradição, indicou o abeto ou pinheiro como árvore do Menino-Deus, a partir de um fato que, a seus olhos, pareceu milagre. Mandando cortar um grande carvalho, o qual teve seu tronco atingido por um raio que o partiu em pedaços, ficando ileso um pequeno abeto, plantado a seu lado e que foi considerado, pelo santo, como símbolo de paz e de inocência. O uso do pinheiro foi largamente difundido na Alemanha antiga, de onde surgiu o costume de iluminá-lo. Conta-se que Lutero, usando velinhas multicoloridas, fazia lembrar, na árvore de natal, o céu estrelado do qual descia o Menino-Jesus para abençoar as crianças.

Como festa de confraternização universal, sobressaem no Natal, a troca de mensagens e de presentes. Embora de caráter acentuadamente comercial, esta manifestação do ciclo natalino, merece incentivo e louvor, enquanto motivação a uma melhor e mais intensa comunicação e fraternidade entre as pessoas.

A troca de cartões de boas festas vem sendo muito difundida. Os cartões, em sua maioria, apresentam como estímulo visual, motivos alheios à realidade brasileira, constituindo verdadeiras anomalias à nossa tropicalidade. São pinheiros e picos nevados, renas puxando trenós, chaminés... que nada têm a ver com as paisagens físicas e culturais do país. Fugindo a esta regra geral, merecem incentivo e divulgação, os cartões natalinos desenhados pelos xilógrafos Stênio Diniz e Abraão Batista, ambos de Juazeiro do Norte, Ceará. Inspiram-se em motivos bem nossos: a Sagrada Família é uma família de retirantes nordestinos; a árvore de natal e suas bolas multicores são substituídas por cajueiros e cajus; o sol tropical e a vegetação de cactos compõem a paisagem desses cartões, efetivamente, bem mais representativos da cultura nacional.

A troca de presentes tornou-se um costume natalino universal, a partir do século XV quando, na Inglaterra, ficou estabelecida a noite de 24 de dezembro para se dar e receber presentes. A prática do amigo secreto ou amigo oculto é cada vez mais difundida no Natal brasileiro – seja em família ou entre colegas de estudo ou de trabalho. A brincadeira se constitui na troca de presentes através de um sorteio, prévio e sigiloso entre os participantes que curtem a expectativa do presente e a descoberta e identificação do amigo secreto.

Estes são alguns elementos característicos do natal de nossos dias. Natal comemorado festivamente, com muitas luzes, árvores de natal e bolas coloridas. Natal de Papai Noel, de mensagens de boas festas, de trocas de presentes. Natal de propaganda. Mas, Natal é, e acima de tudo, festa de confraternização, de amor e de paz. Feliz natal!

(Linhares, Thelma Regina Siqueira. "Natal". Fundação Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais; Centro de Estudos Folclóricos. Folclore, 117, dezembro de 1981)

Colaboração da autora para a Jangada Brasil, 2001. (www.jangadabrasil.com.br)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

TRADIÇÕES NATALINAS


TRADIÇÕES NATALINAS
Thelma Regina Siqueira Linhares

As comemorações natalinas e de fim-de-ano no planeta Terra têm traços comuns. Comemoram o nascimento de Jesus Cristo, iniciando uma nova contagem de tempo – o AC e DC (antes e depois de Cristo). Mesmo os povos e cultura não-cristãs, têm de certa forma, essa influência, pois na Idade Média, com as Cruzadas e as Descobertas Marítimas, a fé cristã foi se globalizando e imposta pelos conquistadores, em especial, portugueses, espanhóis e ingleses. E, as de fim-de-ano, referem-se à passagem para um novo ano civil, mundialmente aceito, embora convivendo com outros rituais e contagens de tempo, como por exemplo, entre os judeus e chineses, que já passaram do ano 5000... Anteriormente, o ano se iniciava em 1º de abril, hoje o dia Universal da Mentira, quando o calendário gregoriano passou a ser adotado.
O presépio, representando o nascimento de Jesus Cristo, é atribuído a São Francisco de Assis. Hoje, materiais diversos (barro, madeira, pedra, palha, massa, plástico, etc,) dão vida à cena de Belém, com forte influência da descrição bíblica, adotada pela Igreja Católica.
As árvores de natal são atribuídas a Lutero ou Calvino, que teria iluminado um pinheiro, numa fria noite de Natal, do inverno europeu. Anteriormente, outros povos enfeitavam árvores diversas para outras comemorações, festejar colheitas, por exemplo. Aqui, também, a diversidade de materiais, embora os pinheiros artificiais industrializados sejam os mais freqüentes. Enfeitados com luzes, bolas coloridas, laços, correntes, presentinhos e uma diversidade de enfeites. Parece que quanto mais enfeitada, mais bonita a árvore. Fica longe no tempo, aquela árvore de natal, improvisada com galhos de árvore, pintada ou, simplesmente recoberta com algodão, à semelhança de neve, em nosso país tropical...
O Papai Noel, como se apresenta aqui no Brasil, é totalmente importado dos Estados Unidos. Teria sido apresentado na década de 30, do século passado, fincando raízes cada vez mais profundas, nas tradições natalinas. O comércio, a propaganda e, com certeza, as tropas americanas, que fizeram base no Rio Grande do Norte, durante a II Guerra Mundial, devem ter contribuído bastante para sua popularização. Embora a sua origem seja relacionada a São Klaus ou São Nicolau e diferentes culturas e povos dêm diferentes traços e caracterizações (negro, olhos puxados, roupas diferentes).
A troca de presentes, especialmente, do amigo secreto, oculto ou presente, ganha espaço cada vez maior, na família e no ambiente de trabalho, por questões econômicas.
Os cartões natalinos, igualmente passam por mudanças. Os jovens, quando valorizam esse tipo de mensagens, e que dispõem de recursos, usam torpedos de seus celulares ou fazem uso de cartões virtuais vai net. Já os jovens de classes sociais mais pobres, em geral, não costumam escrever cartas e cartões...
A ceia de natal, também, passa por modificações e influências. Convivendo com o peru, há o chester, os pratos frios, o bacalhau. E o panetone, cada vez mais presente nos lares brasileiros. Independente da fartura da mesa, famílias há com suas receitas natalinas tradicionais e algumas vezes, secretas.
Algumas tradições folclóricas ou populares próprias do ciclo natalino, às vezes, nas últimas décadas, a ele transcendem. Para turista ver. Para incorporar um fora de época, a exemplo, de carnavais fora de época, no país inteiro... Pastoris, folias de reis, etc.

As superstições e crendices diversas são um capítulo à parte dos festejos natalinos e de fim-de-ano. Para renovar, trazer paz, saúde, dinheiro, enfim, o sonho maior que se quer ver concretizar nos próximos 365 dias. Cores, roupas, banhos, comidas, falares, rituais, individuais ou coletivos, que são incentivados pela mídia, principalmente.

Conclusões:
Inegavelmente, a mídia (em especial, tv, revistas, propagandas e cinema) tem um papel importantíssimo na divulgação de informações culturais
O comércio, especialmente, os shoppings, têm um papel marcante nisso, também. Decoram-se, no mês de novembro e, muitas vezes, usam e abusam do tema, com coisas que não tem muito a ver com a essência do ciclo natalino. Por exemplo, ursos, doendes, famílias de papai noel, etc.
Valores e costumes diferentes, questões financeiras e sócio-educativas que resultam na grande desigualdade social do Brasil e a globalização possibilitam que as tradições natalinas, assumam peculiaridades nos natais da atualidade. Refletindo nossas origens multiraciais e multiculturais. Tradições natalinas, sim. Embora mutantes e mutáveis.


(www.usinadeletras.com.br - 2004)

//socializandoleituras.blogspot.com/ LER É TÃO BOM

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

REFLEXÕES NATALINAS



REFLEXÕES NATALINAS
Thelma Regina Siqueira Linhares

Apressadamente
mídia e comércio desfilam novidades natalinas
de encher os olhos dos consumidores ávidos
e os cofres da cadeia produtiva.
Quem dera
houvesse a mesma disposição
para vivenciar mensagens cristãs
e práticas de humanidades e cidadania
não só no período do Natal
mas em todos os dias de cada ano.

antologia: Os mais belos textos de Natal. CBJE/Br Letras. RJ. dez/2007

sábado, 29 de novembro de 2008

SEMELHANÇA


SEMELHANÇA
Thelma Regina Siqueira Linhares

Semente escolhida.
Vasinho preparado para acolhimento.
Vigília. Cuidados. Carinhos.
Rega. Poda. Aramação.
Adubação.
Enfim, floração...

É a vida aberta aos sentidos e emoções.
Para os filhotes dela.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

CONTRA FATO NÃO HÁ ARGUMENTO


CONTRA FATO NÃO HÁ ARGUMENTO
Thelma Regina Siqueira Linhares

Geladeira aberta para limpeza
Não dou bobeira
Devagarzinho
Meto o focinho
E a patinha

Faço a festa com pedaços de galinha
Afinal, são minhas!

Recife, nov/2008

sábado, 22 de novembro de 2008

GOL


GOL
Thelma Regina Siqueira Linhares

Um golaço!
Bola que cai no laço
da rede.
Cá fora,
abraços.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

MAMULENGUEIROS



MAMULENGUEIROS
Thelma Regina Siqueira Linhares


Platéia.
Cenário.
Ação!

Atrás do pano,
mamulengueiro é vida
é voz
é ação
dos bonecos humanizados.

(O que pensa mamulengueiro da platéia que te assiste?)

Enquanto do lado de cá
- mamulengos vivos -
buscamos vez e voz
nos palcos da vida.

(Poema selecionado para a Antologia OFICINA DA PALAVRA - Programa Manuel Bandeira de Leitores - Recife - Prefeitura - 2007)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

NEM AI


NEM AÍ
Thelma Regina Siqueira Linhares

No quintal todo dia sem platéia
pássaros dão show
de cantos
cores
acrobacias.
Borboletas multicoloridas,
arco-íris quase ao chão,
voam tremulantes
bor bo le te an do
entre flores
e frutas
de um jardim mal cuidado.
E no chão:
formigas,
minhocas,
besouros,
completam a fauna daquele jardim
que espera cuidados.

(*) Concorrente no 2º Prêmio Internacional Poesia ao Vídeo. Fliporto/2008.

http://www.youtube.com/watch?v=Ef9UgTDZ0RM

domingo, 9 de novembro de 2008

DÚBIAS MÃOS



DÚBIAS MÃOS (*)
Thelma Regina Siqueira Linhares

Com a direita
alimenta o vício
da cola.
Com a esquerda
acaricia o feto
no ventre de um corpo de quase-menina...
Indiferente à indiferença de quem passa.
Fica na rua.
Só.

(*) Concorrente no 2º Prêmio Internacional Poesia ao Vídeo
Fliporto/2008.

http://www.youtube.com/watch?v=OZbhvtBGLlo

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

CATAVENTO


CATAVENTO
Thelma Regina Siqueira Linhares

Brincadeira de criança
que se desfaz na roda-viva
da Vida.

(Classificada no 1° Prêmio Nacional de Literatura no Celular - FLIPORTO 2008 - Porto de Galinhas/PE

domingo, 26 de outubro de 2008

CANETA DOZE CORES



CANETA DOZE CORES
Thelma Regina Siqueira Linhares

Pequeno sonho de consumo
do desejo infantil
arco-íris
na mão:
m u l t i c o l o r i n d o
a vida.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

SONHO DE CONSUMO


SONHO DE CONSUMO
Thelma Regina Siqueira Linhares

Uma colina
Uma casinha
Um jardim florido
Uma horta sem agrotóxicos
Dez árvores frutíferas...
Sol
Chuva
Vento
Ar.
Sonho maior de consumo haverá?

www.usinadeletras.com.br em 19/10/2002

sábado, 18 de outubro de 2008

CRIANÇAS DA CIDADE


CRIANÇAS DA CIDADE
Thelma Regina Siqueira Linhares

A noite com seus segredos, encantos e medos vem chegando de mansinho.
Para as crianças muita expectativa. Afinal, moradoras da cidade, o campo oferece novas e surpreendentes experiências.
Teluca, romântica, olha para o céu e fica maravilhada! A Estrela Dalva, as Três Marias, o Cruzeiro do Sul. Tantas e tantas estrelas! Contá-las, não se atreve. Não quer dar chance às verrugas...
Dudigo e Jui escutam vários assobios. Será o Saci-Pererê?! Ou os sapos que coaxam, na paquera de suas parceiras? Na cidade, só os buzinaços chegam aos seus ouvidos.
De repente, uma estrelinha brilha ao alcance das mãos dos pequenos. Será possível?! Não! É um vaga-lume que, com sua minúscula luz de néon, pisca-pisca na terra, encantando as crianças da cidade.

(publicada no site www.usinadeletras.com.br em 21/09/2003)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

SER PROFESSORA


SER TIA (*)
Thelma Regina Siqueira Linhares

É uma das profissões mais antigas. E uma das mais belas. Por seus objetivos. Por suas ações. Por suas conseqüências. Talvez, por isso, ainda hoje, a ela, algumas pessoas se referem como sendo um ministério, uma vocação.

Ser professora, no feminino mesmo, porque é a maioria, estatisticamente falando. Em especial, entre os pequenos, os mais novos, os que se iniciam na conquista e aquisição do saber socialmente aceito.

Mas como está difícil ser professora!

A jornada múltipla de trabalho. Às vezes, dois, três contratos a cumprir... Pilhas de tarefas e provas a corrigir... Aulas e projetos a planejar e replanejar... Xingamentos de alguns alunos mal-educados... Incompreensões de alguns familiares de suas crianças... Concorrência desleal com vídeo-games, televisão e computadores... O salário reduzido, minimizado pelo custo de vida...

Ser professora, também, pode ser uma das profissões mais gratificantes. Pela amizade e carinho que muitos alunos sentem e demonstram, às suas professoras. Pela conquista, lenta e gradual da aprendizagem, que tem na professora uma mediadora e que, infelizmente, não acontece com todos da turma.

Ser professora é acreditar no ser humano. É crer no poder do conhecimento e na democratização dos saberes. É, ainda, querer e continuar sendo professora, apesar dos muitos entraves, inclusive, salário que continua sendo desse "tamainho"...


(*) crônica participante do Concurso Histórias do Trabalho - 8ª edição (2001), da Prefeitura Municipal de Porto Alegre – RS.

Publicada na www.usinadeletras.com.br em 23/12/2001.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

BAIXINHO... BAIXINHO


BAIXINHO... BAIXINHO
Thelma Regina Siqueira Linhares

Edna Maria quando criança, bem pequena em Fortaleza, gostava de repetir esta estória.
Estava brincando no quintal de casa, quando escutou um barulho que se fazia cada vez mais forte. Era um avião que voava tão baixo, mas tão baixo, que, quando sobrevoou o espaço da casa, seus cabelos ficaram todos em pé, por conta do deslocamento do ar...

É DE CRIANÇA (inédito)
falação, travessuras, causos, etc e tal

http://www.usinadeletras.com.br em 02/02/2002

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

IRRACIONAL RACIONALIDADE


IRRACIONAL RACIONALIDADE
Thelma Regina Siqueira Linhares

Até quando
o ser humano
que se diz tão racional
vai seguindo
e destruindo
nessa ânsia sem igual?

Agenda SIMPERE 2008.

sábado, 4 de outubro de 2008

BICHOS



BICHOS
Thelma Regina Siqueira Linhares


Meus bichos de infância
- faz tempo -
mas eu me lembro:
pintos,
pássaros,
peixes.
Gato branco por um dia.
Coelhos.
Preá da Índia.
E os mais queridos:
Chiquinha - sagüim.
Bambi - carneiro.
Louro - papagaio.
Preta - tartaruga.

Um mine zôo
num tempo sem IBAMA.
Hoje, pros filhotes,
só bichos de pelúcia...

(Recife, 2001)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

FUNDAÇÃO GILBERTO FREYRE


FUNDAÇÃO GILBERTO FREYRE
Thelma Regina Siqueira Linhares

Na Vivenda Santo Antônio de Apipucos
o tempo passa
e voa
deixando marcas impregnadas no tempo que se vai
e fica.

Chovendo lá fora
neste momento uma chuva fina
parece que faz o tempo mais pesado e pesar
na Fundação Gilberto Freyre
onde pessoas estranhas
sentem a presença de pessoas ausentes
que aqui e antes
fizeram deste Solar seu lar.


Recife, 15/08/2007

terça-feira, 30 de setembro de 2008

VEXAME GASTRÔNOMICO


VEXAME GASTRONÔMICO
Thelma Regina Siqueira Linhares

Ela, dia desse se meteu em uma situação constrangedora gratuitamente...
Após uma reunião de trabalho, a hora da confraternização. Uma mesa recheada de guloseimas: doces e salgados variados e algumas frutas tropicais. De deixar qualquer um com água na boca e completamente fora do regime.
Ela não é chegada a lanches. No máximo, um docinho e um salgado. E, refrigerantes, nem pensar.
Dirigiu-se à mesa. Pegou uma fatia de bolo de rolo e começou a degustar. Não sabe porque, lembrou-se do maridão e dos filhotes e resolveu fazer um mimo para eles. Pegou outra fatia de bolo de rolo, empadinha, coxinha de galinha, enfim, a preferência de cada. Quando viu, estava com um guardanapo recheado na mão.
Até ai tudo bem. Estava na área da confraternização e guardanapos recheados na mão não chamam atenção. Nada de estranho, portanto.
Foi quando saiu do recinto é que começou o seu vexame. Não sabia onde esconder a mão esquerda. Cobriu-a com a direita. Deixou-a pendida ao longo do corpo. Tentou encobri-la com a bolsa. Um senhor vexame gastronômico!
Já em casa fez a distribuição das guloseimas. E jurou nunca mais passar vexame gastronômico.

Recife, 2003

sábado, 27 de setembro de 2008

ORGULHO DE SER


ORGULHO DE SER
Thelma Regina Siqueira Linhares

Orgulho de ser cearense.
Orgulho de ser recifense.
Ceafense?
Recirense?
Adjetivos-pátrios récem-criados.

Será possível?!
Ceafense.
Recirense.
Orgulho de ser duplamente nordestina.

(Recife, 2001)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

DE REPENTE



DE REPENTE
Thelma Regina Siqueira Linhares


A R C O - Í R I S
no céu apareceu.


Tão de repente,
arco-íris,
no horizonte se escondeu.

Recife, 2004

sábado, 20 de setembro de 2008

É DIA DE FEIRA


É DIA DE FEIRA (*)
Thelma Regina Siqueira Linhares


É segunda-feira. Está anoitecendo na cidade de Caruaru – a capital do forró. Como por passe de mágica, numa extensão de alguns quilômetros, ruas se transformam num imenso mercado ao ar livre. É a Feira da Sulanca de Caruaru, que nos últimos anos, funciona como pólo de compra pare feirantes e vendedores autônomos – os (as) sulanqueiros (as) – de várias cidade pernambucanas e, quem sabe, nordestinas.
Ônibus, vans, jeeps são fretados, semanalmente, por pequenos e médios comerciantes que, em Caruaru, abastecem seus comércios. Numa verdadeira maratona, noite afora. Para driblar a multidão, que vem e vai, entre as ruas tomadas por milhares de barracas. Para desviar dos carros de mão e carroças, apinhadas de mercadorias e empurradas aos gritos por seus condutores: “Olha o pesado!... Lá vem o quente!” Nessa hora é um tal de se cumprimir na multidão... se grudar na barraca do lado... parar mesmo de andar na fila indiana... ou, então, cortar caminho para uma ruela menos obstruída.
E o peso dos sacolões?!... Cada vez mais difícil de conduzir, à medida que se enchem de confecções diversas, o cansaço aumenta, as horas passam e a madrugada se aproxima. Mais pessoas continuam chegando à feira, cuja imagem parece a de um grande formigueiro em frenética atividade. Até a madrugada da terça-feira. Lá para às 9 horas, os sulanqueiros recolhem as sobras das mercadorias e, literalmente, levantam as barracas, para o merecido descanso de mais uma Feira da Sulanca de Caruaru.
Naquela cidade do agreste pernambucano, a tradicional Feira de Caruaru, “que tem tudo pra gente ver” continua mobilizando multidões nos dias de sábado. Merecendo, ainda, destaque a Feira de Artesanato, diariamente, e a Feira do Paraguai, de produtos importados.
Uma inusitada experiência para aqueles acostumados às compras de shoppings.


(*) www.usinadeletras.com.br em 08/09/2002

(**) FEIRA DE CARUARU - Famosa feira realizada no Parque 18 de Maio, no bairro de Petrópolis, é uma das maiores atrações do Nordeste. São 3 km entre praças, becos e ruas com barracas típicas vendendo couro, calçados, artesanato, bijuterias, etc. Possui um amplo estacionamento para veículos e ônibus. Feira completa sempre as terças-feiras a partir das 04 da manhã. Diariamente até as 17 hs feira de artesanato. http://www.guiapernambuco.com.br/cidades/caruaru.shtml

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

EU


EU
Thelma Regina Siqueira Linhares

Eu
Aprendiz da vida.
Nordestinamente.

Recife/2004

domingo, 14 de setembro de 2008

LER É TÃO BOM


LER É TÃO BOM (*)
Thelma Regina Siqueira Linhares

Brincar com sons
Juntar letras
Formar palavras
Descobrir a sonoridade e o nome de tudo
Que está no mundo
nas coisas
no pensamento.

Ler é tão bom!

Poder viajar
Conhecer mundos de ontem
de hoje
de amanhã.
Imaginar.
Criar.
Sonhar.
A leitura permite isso e muito mais
Pois ler é tão bom!


(*) (Poema selecionado para a Antologia OFICINA DA PALAVRA - Programa Manuel Bandeira de Leitores - Recife - Prefeitura - 2007)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MEU LIVRO INESQUECÍVEL


MEU LIVRO INESQUECÍVEL
Thelma Regina Siqueira Linhares

Ela acabou de reler o livro, talvez, pela centésima vez.
Exagero? Não importa! Para que precisar com exatidão se, a cada leitura, há a descoberta do novo – como se fosse a primeira vez... é um detalhe nas entrelinhas até, então, despercebido. Uma interpretação diferente de alguma passagem, já bastante conhecida. Ou, ainda, a sensibilidade, estando à flor da pele, absorvendo e captando a mensagem contida nesse pequeno grande livro de Antoine de Saint-Exuréry – O Pequeno Príncipe. Meu livro inesquecível!
Como é humano, profundamente humano, esse pequeno principezinho, de cabelos cor de ouro, cuja maior riqueza – uma flor – só compreendeu o real significado em sua vida quando distante. Pois “era jovem demais para amar”.
Durante a sua viagem, Pequeno Príncipe, você manteve contato com pessoas grandes e sérias, solitárias em seus planetas, as quais qualificou com adjetivos que, por certo, não coincidiriam com a opinião que de si mesmas formavam: esquisitas, bizarras, extraordinárias...
Ah! Pequeno Príncipe, se você aparecesse agora, de repente, não no deserto, mas numa grande cidade daqui da Terra, que susto, hem principezinho!... Reis, vaidosos, bêbados, homens de negócios, geógrafos – não daria nem para contar (tamanha a quantidade desses solitários na multidão). Tão fechados em seus planetas-egocêntricos, em suas teorias, em suas auto-suficiências que não dispõem de tempo para perder em criar laços, em cativar...
Que pena!...
Mas, nem tudo está perdido, sabe Pequeno Príncipe?!
Hoje, ela fez uma relevante descoberta!
Nos olhos dela e dele, da criança e do velho, do jovem e do adulto, em meio às muitas atribulações do dia-a-dia, quase sempre tão monótono, há uma certeza – a certeza de que vale a pena cativar (se), mesmo correndo “o risco de chorar um pouco”.

http://www.usinadeletras.com.br em 13/10/2002.
http://www.dobrasdaleitura.com/index.html

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O SIMBOLISMO DAS FLORES NAS MENSAGENS AMOROSAS


O SIMBOLISMO DAS FLORES NAS MENSAGENS AMOROSAS
Thelma Regina Siqueira Linhares



O século XXI chegou e já não é novidade... A era da comunicação, da internet, do aqui e agora ligando povos, geográfica e culturalmente tão diversos em um mesmo tempo real, é fato no planeta Terra, embora com graus gritantes de distorções. A imagem, a realidade é expressada nua e crua, sem simbolismos e linguagens figuradas. "Pão pão, beijo beijo". "Preto no branco".

Mas nem sempre foi assim. Num passado cronologicamente não tão distante, o uso da linguagem simbólica das flores era freqüente e mesmo corriqueiro na comunicação dos enamorados, principalmente. Para tal era necessário o conhecimento e interpretação das duas regras básicas relacionadas às cores e perfumes e à significação emblemática das flores. As de tons claros e perfumes suaves significavam sentimentos ternos, piedosos e respeitosos, enquanto as de tonalidades fortes e perfumes penetrantes traduziam emoções mais ardentes. Por exemplo: a alfazema exprimia carinho e respeito e o cravo, amor ardente. Uma rosa vermelha exprimia amor ardente, enquanto um jasmim era entendido por quero ser todo seu.

De acordo com a cor básica, as flores exprimiam sentimentos que variavam de intensidade conforme os tons mais ou menos fortes. Assim, o vermelho, a cor do amor, simbolizava ardor - ardor exaltado ou violento (nas tonalidades fortes) ao ardor moderado e caprichoso (nos tons pálidos). O azul significava ternura – ternura intensa e apaixonada à ternura discreta e confiante. O verde traduzia esperança - esperança secreta à esperança nascente. O amarelo exprimia felicidade – felicidade completa ou alegria intensa à felicidade nova ou alegria terna. O violeta simbolizava dor - dor viva e profunda à dor passada e esquecida. O branco era a cor da inocência e pureza e o preto, cor do luto e tristeza. E, da combinação entre cores, tonalidades, símbolos e a própria flor, as múltiplas mensagens de amor iam sendo enviadas e decifradas pelos enamorados de então.

Abaixo uma relação das flores cultivadas no Brasil e que foram bastante usadas pelos enamorados no século XIX e meados do século XX e agora ilustram o folclórico simbolismo das flores nas mensagens amorosas. Observa-se a seguinte ordem: nome da flor, significação, cor e linguagem simbólica.

Alecrim - coração feliz – azul: sou feliz quando te vejo.
Alfazema - carinho e respeito – azul: amo-vos perfeitamente.
Amor-perfeito - pensamento afetuoso - todas as cores: penso em vós.
Azálea - prazer de amar – branca: feliz por saber ser amado.
Begônia - cordialidade - rosa ou branca: amizade cordial.
Boa-noite - discrição - várias cores: a prudência se impõe.
Cravo - ardor – branco: a minha amizade é viva – vermelho: amo-vos com ardor.
Cravinas - admiração - todas as cores: sou vosso escravo.
Crista-de-galo - impaciência – vermelho: diz-me o que pensas.
Crisântemo - amor findo – rosa: não tenho novo amor – branco: não me compreendeis. azul: acreditei um instante em vós.
Dália - reconhecimento – vermelha: o vosso amor é minha felicidade. – amarela: o meu coração transborda de amor.
Erva-cidreira - energia – branca: tenho pena de fazer sofrer o meu amor.
Girassol - fascinação – amarelo: só a vós vejo.
Hortelã - memória – branca: guardo recordações e tenho esperanças.
Hortênsia - capricho – azul: desgostam-me teus caprichos.
Lírio - coração terno – branco: amo-vos ternamente. – matizado: amo-vos com felicidade.
Lírio-branco - pureza – branco: são puros os meus sentimentos.
Maravilha - tristeza - branca ou rosa: longe de vós entristeço.
Margarida - aspiração – branca: os meus pensamentos e o meu amor são vossos.
Miosótis - fiel recordação – azul: não vos esqueças de mim.
Narciso - egoísmo - vaidade – branco: não tendes coração.
Orquídea - ardor – branca: amor puro. – rajada: amor ambicioso.
Papoula - fraco ardor – vermelha: antes de tudo amemos.
Perpétua - eterna saudade - várias cores: dor que não se extingüe.
Rosa - amor – branca: amor triste. – rosa: juramento de amor. – vermelha: amor ardente.
Rosa silvestre - felicidade efêmera - branca ou rosa: os dias felizes passam depressa.
Sensitiva - extrema sensibilidade – cinzenta: um nada me desgosta.
Trevo - incerteza – rosa: muito gostaria de saber.
Tulipa - declaração - todas as cores: declaração de amor.
Urtiga - crueldade - branca amarelada: desgosta-me a vossa crueldade.
Violeta - amor oculto – violeta: que ninguém saiba de nosso amor.

Esta linguagem simbólica das flores é hoje, principalmente, uma lembrança do passado, guardado na memória de alguns. Testemunho de uma época, de um tempo em que, para se marcar um encontro, por exemplo, mandava-se um buquê tendo ao centro um gladíolo - flor que significava entrevista. O número de flores correspondia à hora marcada... É o tempo passou: já não se oferta flor como antigamente.


Referência bibliográfica

GRAVE, J.; COELHO NETO. Flores (linguagem das). In: Lello & Irmãos Editores. Lello Universal em 4 volumes - Novo Dicionário Luso-brasileiro. 1ª ed.. Porto,Lello & Irmãos 1°. v.2, p. 1055-1058.


Colaboração da autora para a Jangada Brasil (www.jangadabrasil.com.br)


sábado, 6 de setembro de 2008

GARIMPAGEM


GARIMPAGEM
Thelma Regina Siqueira Linhares

Quando busquei a melhor palavra
para desvirginar o papel
- que dificuldade ! -
o tal escrito não saia
não fluia...
só uma idéia surgia:
será a saudade
o sal da idade?

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

... OUTRAS MENINAS



... OUTRAS MENINAS
Thelma Regina Siqueira Linhares

Como Cecília,
conheci três meninas
outras meninas
e já não tão meninas...

Beta,
Nida e
Dulce.

Três tias
não Marias,
com certeza,
outrora,
três meninas.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

APRENDENDO COM A MÃE NATUREZA


APRENDENDO COM A MÃE NATUREZA
Thelma Regina Siqueira Linhares

Naquele trecho, à beira da estrada, a vida transcorria tranqüilamente.
Era manhã de verão e uma leve brisa fazia-se sentir sob o sol, já quente, nas primeiras horas do dia.
Os pássaros, principalmente pardais, faziam a festa. Num gorjear alegre, entre saltitos e banhos de areia, disputavam com rolinhas e sibitos, insetos e outras guloseimas.
Gramas e flores campestres davam colorido e frescor àquela paisagem um pouco castigada pelo rigor de mais um verão.
Tudo na mais perfeita harmonia.
Até o exato momento em que um toco de cigarro foi atirado ao léu.
Daí em diante foi, literalmente, o inferno.
A vegetação, ressecada pelo sol de verão, foi favorecendo focos de fogo... que logo se alastraram. Vorazes. Queimando tudo ao redor e lançando mais línguas de fogo, estrada à fora.
Tudo ardeu!...
Tudo queimou!...
Ficou no ar um cheiro forte e triste de queimado. Cheiro e visão de morte.
E que mortandade!
Formigas.
Centopéias.
Minhocas.
Lagartixas.
Gafanhotos.
Abelhas.
Borboletas.
Pardais. Rolinhas. Sibitos.
Sem contar as diferentes espécies de gramas, matinhos e plantas campestres.
Aquele ecossistema estava atingido mortalmente.
Grande era a extensão da devastação.
Mortal devastação!
Felizmente, dois dias depois, caiu uma boa chuvinha de verão fazendo o verde e a vida voltar aquele espaço.
A natureza sempre nos dá lições de esperanças e recomeços...
Até a próxima ponta de cigarro, irresponsavelmente, ser atirada ao léu...

www.usinadeletras.com.br em 22/09/2002
Antologia de Contos Autores Contemporâneos – 1° vol – CBJE/RJ - out/2004

sábado, 30 de agosto de 2008

UM SONHO DE POMAR


UM SONHO DE POMAR
Thelma Regina Siqueira Linhares

Um sonho de pomar
que eu sonho
tem grama verdinha
uma colina
e, lá no alto, uma casinha.

Plantados e já florando
Cajueiro, sapotizeiro e jambeiro.
Carregadinhos, já estão
Os pés de acerola e pinha,
Pitanga, serigüela
E mamão.
Madurinhos já no ponto
Manga-rosa e manga-espada.
E, ao vento balançando, o jovem coqueiro.

Como é sonho
Ainda posso plantar:
Graviola, laranja-lima e limão
E cana-caiana
Prá mais adoçar.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

DÚVIDA


DÚVIDA
Thelma Regina Siqueira Linhares

Quem rapidamente passou
o trem do metrô
ou minha juventude?

terça-feira, 26 de agosto de 2008

ELA É PERNAMBUCANA


ELA É PERNAMBUCANA
Thelma Regina Siqueira Linhares


Ela é pernambucana, portanto brasileira.
E brasileira bem típica: Mulher.
Pobre.
Idosa.
Aposentada.
Nunca freqüentou escola. Lê muito pouco e escreve desenhando o próprio nome. Nascida no interior - Paudalho -, numa época em que as escolas rurais eram raridade, em que meninas pobres não tinham direitos defendidos e que a própria família não valorizava os estudos - saber ler era coisa de ricos.
Ela é pernambucana, portanto brasileira.
E brasileira bem típica: Mulher.
Pobre.
Idosa.
Aposentada.
Adolescente, ainda, migrou para a cidade grande - Recife - a capital pernambucana. Sem qualificação foi trabalhar na casa dos outros. Cozinhar. Lavar. Arrumar. Tomar conta de crianças. Uma maratona diária, mal paga, sem prestígio e sem status.
Ela é pernambucana, portanto brasileira.
E brasileira bem típica: Mulher.
Pobre.
Idosa.
Aposentada.
Há mais de cinquënta anos está ligada a uma mesma família. Sentiu na pele, por décadas, os tabus e preconceitos de ser doméstica. Mas quatro gerações aprenderam a amá-la e respeitá-la pela sabedoria que tira do dia-a-dia e da própria experiência, pois a vida lhe ensinou quase tudo o que sabe.
Ela é pernambucana, portanto brasileira.
E brasileira bem típica: Mulher.
Pobre.
Idosa.
Aposentada.
E que ainda sonha. Com mais que o salário-mínimo na aposentadoria. Com uma casinha. Com a saúde e possibiidades de comprar remédios. Com o respeito a direitos elementares, como por exemplo, subir no ônibus, ao dar, ela própria, sinal de parada.
Ela é pernambucana, portanto brasiliera.
E brasileira bem típica: Mulher.
Pobre.
Idosa.
Aposentada.
E, ainda: Madrinha.
Mãe de criação.
Avó de coração.
Obrigada, Dinha!
E que Deus a abençoe, eternamente!

Recife, 26/08/2002.
Recife, 26/08/2008. PARABÉNS pelos 84 anos, Dinha!

domingo, 24 de agosto de 2008

DESASSONHANDO SONHO SÓ




DESASSONHANDO SONHO SÓ
Thelma Regina Siqueira Linhares

Sonho só.
Sonhador inveterado
Sem-sonho realizado
Desassonhando o sonhador
Desassonhando vida afora...

Recife, 2002

sábado, 23 de agosto de 2008

CONVOCAÇÃO GERAL


CONVOCAÇÃO GERAL
Thelma Regina Siqueira Linhares

Saltitante e serelepe
Saci-pererê convoca
todos os monstros nacionais
para uma doce travessura
num "raloin" à brasileira.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

22 DE AGOSTO



22 DE AGOSTO
Thelma Regina Siqueira Linhares


Além de rimar com desgosto, o mês de Agosto traz em seus dias a comemoração do Dia Mundial do Folclore. Precisamente, o dia 22. Data dedicada a tudo que traduz “o pensar, sentir e agir de um povo” como tão definitivamente definiu Luís da Câmara Cascudo, o mais completo folclorista brasileiro.

O vocábulo Folclore foi criado em 1846, pelo antropólogo inglês William John Thoms. Mas, muito tempo atrás, ainda na Antiguidade, escritores, pensadores e filósofos atentaram para alguns fatos folclóricos dedicando-lhes estudos e importâncias na construção do conhecimento de povos, culturas e civilizações.

A vivência do Folclore há muito retrocede no tempo. Talvez, àquele exato momento em que os primeiros seres humanos se definiram como tal, na linha divisória com os outros primatas. Observando a natureza, buscando a sobrevivência da espécie, dando identidade própria a determinado grupo social, enfim, promovendo aprendizagens e socializando conhecimentos incorporados às tradições e transmitidas oralmente através das gerações.

À tradição e à oralidade, junta-se o anonimato e a funcionalidade do fato para torná-lo folclórico. Do contrário, apenas um fato popular ou pitoresco.

E como é variado o leque dos fatos folclóricos! Cantigas de ninar e acalanto. Cantigas de roda. Histórias da carochinha, lendas e mitos. Brinquedos e brincadeiras populares. Ditados populares, provérbios, frases de pára-choques de caminhão. Parlendas, trava-línguas. Adivinhações, crendices e superstições. Comidas e bebidas típicas. Tipos populares. Artesanato. Medicina popular. Entre tantos.

E tem fato folclórico para todo gosto e idade.

Ainda no ventre da mãe, adivinhações e crendices buscam a identificação do sexo do feto. Ao nascer, braços carinhosos, solícitos e cuidadosos protegem o bebê que cresce e vai se apropriando da cultura em que está inserido. Pela transmissão. Pela oralidade. Pela tradição.
Na creche ou na escola se acelera a socialização infantil. As brincadeiras e cantigas de roda, as parlendas, as histórias da carochinha, etc. povoam a imaginação, exercitam à criatividade, ampliam vocabulário. Na infância e adolescência, brincadeiras populares, folguedos, crendices e superstições. Na idade adulta e velhice, comidas e bebidas típicas, crendices... E a história se repetindo, se reinventando, se reescrevendo.

22 de Agosto.
Bela data para rever valores. Inclusive, ocasião para reverter preconceitos de considerar Folclore uma ciência de menor importância para a humanidade. Neil Armstrong ao deixar sua pegada no solo lunar citou ser aquele “um grande passo para a humanidade” e lá ficou a marca do seu pé direito... para dar sorte, com certeza!

22 de Agosto.
Também é data de lembranças. Da festa do Folclore na FUNDAJ, tendo por anfitrião o folclorista Mário Souto Maior. Encontro de amigos. Socialização de saberes. Comes e bebes autenticamente nordestinos...

22 de Agosto.
Viva o Folclore!

Recife, 24/08/2002

terça-feira, 19 de agosto de 2008

FOLCLOREANDO


FOLCLOREANDO
Thelma Regina Siqueira Linhares


Ciranda, cirandinha
- quem já não cantou?
Passar anel e pular amarelinha
- quem já não brincou?
Cinderela, Branca de Neve
- quem já não contou?
Um, dois, feijão com arroz
- quem já não falou?

Bola de gude.
Empinar papagaio.
Brincar de elástico.
Boca de forno - forno!
Estátua.
Dedo mindinho.

A criança de ontem ensina a de hoje.
E assim por diante.
Amém!

domingo, 17 de agosto de 2008

O FOLCLORE NOSSO DE CADA DIA


O FOLCLORE NOSSO DO DIA-A-DIA
Thelma Regina Siqueira Linhares

Não queria ser repetitiva ao escrever sobre o tema, uma vez que participei da edição nº 37, comemorativa do 3º aniversário da Jangada Brasil, em setembro de 2001 e intitulada Folclore e Eu. Assim, resolvi destacar marcas e marcos que em mim ficaram ao encontrar e vivenciar folclore, no meu cotidiano de algumas primaveras.

Como fugir às lembranças doces e amenas da infância e adolescência?!... A construção da minha própria história foi fundamentada no folclore através dos adultos mais significativos (mamãe, papai, madrinha, demais parentes e professoras) e das vivências compartilhadas com minha irmã e coleguinhas de infância e da escola. Época das cantigas de ninar, parlendas, trava-línguas, contos, mitos e lendas. Brincadeiras de casinhas e bonecas, adivinhas, cantigas de roda e jogos dramáticos. Superstições e crendices. Costumes e culinárias típicas acompanhando as festas populares e a riqueza cultural da Região Nordeste do Brasil, onde nasci e vivo. O que não era vivenciado, me era apresentado pelos livros, muitos livros, e pela televisão, que serviam de porta para o mundo fantástico e encantado do folclore. Sempre uma rara e enriquecedora viagem.

Na juventude, a opção pelos estudos folclóricos. Um curso na FUNDAJ, coordenado pelo folclorista e grande figura humana, Mário Souto Maior, permitiu um olhar atento às diferentes manifestações folclóricas do nosso dia-a-dia. A alegria de ler e manusear pesquisas realizadas sobre temas diversos, mas sempre ímpar, passou a fazer parte das minhas iniciativas profissionais.

Adulta, juntamente com o maridão, foi a vez de mediar, a transmissão do folclore aos filhotes e sobrinhos. E, aqui, um reviver sempre prazeroso.

Nesse meio tempo, alguns encontros e reencontros emocionantes. O Lobo e os Sete Cabritinhos, em livro didático. Peças em barro do Mestre Vitalino, Manoel Eudócio e outros artesãos de Caruaru. A própria feira de Caruaru e de Gravatá, cidades do Agreste pernambucano. Encontros em eventos e feiras com Ana das Carrancas e Marinalva Rufino (A Luz Divina), ambas de Petrolina. J. Borges, Dilá, José Costa Leite, Abraão Batista, Stênio Diniz xilógrafos e cordelistas, de Pernambuco e Ceará. Lia de Itamaracá e Dona Duda, em suas cirandas e cirandar... Tog e Zezinho de Tracunhaém, santeiros de Pernambuco. Mestre Noza e o grande Patativa do Assaré, inesquecíveis. Já na era da internet, sites maravilhosos possibilitam encontros com pesquisadores, estudiosos e fazedores de diferentes manifestações e fatos folclóricos. A socialização de conhecimentos passa a ser virtual.

Como há muito citou o Mestre Luís da Câmara Cascudo, o folclore representa as maneiras diversas do pensar, sentir e agir do povo. Referem-se à produção humana, algumas vezes contestada pelo saber dominante, mas, igualmente valiosa e formadora da identidade cultural. Basta citar que Santos Dumont, no início do século passado e talvez o homem que detinha mais conhecimento científico à época, construiu em sua casa uma escada pela qual só se subia e descia com o pé direito – mundialmente conhecido para dar sorte. Do mesmo modo, que o primeiro astronauta, ao pisar na lua, conquistando para a humanidade novos espaços geográficos, deixou a marca de seu pé direito... Em ambos exemplos, registros de ignorâncias? Crendices? Coincidências? Ou a comprovação da presença do folclore nosso no dia-a-dia?



http://www.jangadabrasil.com.br/revista/setembro94/especial22.asp

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

SONHOS FURTA COR



SONHOS FURTA COR
Thelma Regina Siqueira Linhares

Sonhos em vermelho,
azul, amarelo, verde,
preto ou branco.
Em tons pastéis
quem, sabe, em tons carregados...
Importante é não acordar de pesadelo!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Daiane dos Santos, você é 10!


DAIANE DOS SANTOS, você é 10!
Thelma Regina Siqueira Linhares

Extrapolando as expectativas, como foi bom vê-la apresentando-se com a coreografia Brasileirinho, dia 2, (2 de abril de 2004) misto de perfeição de atleta, jinga de um povo, graça de menina.
Em você, menina-mulher, negra, pobre, quanta dedicação, quanta superação, em busca do sonho e realização pessoal e profissional.
Obrigada pelo minuto e tanto de pura emoção que senti diante da telinha de tv!
Você é 10, Daiane!
Deus a proteja!
Thelma Regina


publicado em www.usinadeletras.com.br, em 04/04/2004

sábado, 9 de agosto de 2008

SALVE, LIA DE ITAMARACÁ!

Lia de Itamaracá em apresentação na IX FENEARTE em 11/07/2008



SALVE, LIA DE ITAMARACÁ!
Thelma Regina Siqueira Linhares

“...Esta ciranda quem me deu foi Lia
Que mora na Ilha de Itamaracá.”


Quantos anos já se vão
E quantas voltas a vida deu...
Nem sempre como a brisa do vento.
Nem sempre como o balanço do mar.
A juventude ficou
lá nas pegadas da areia de Itamaracá.
Mas o sonho e o encanto,
esses, sim,
continuam
e hoje é bom recordar
doces momentos
da ciranda de Lia de Itamaracá.

http://www.usinadeletras.com.br/exibelotextoautor.php?user=telmare
em 07/09/2005

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

BAOBÁS


BAOBÁS
Thelma Regina Siqueira Linhares

Belos baobás
alguns centenários
outros árvores tenras
que enfeitam
praças e parques da cidade do Recife.

Beleza vegetal
que a mãe-natureza
gerou na distante mãe-África
como símbolo de vida e resistência.

Majestade vegetal
à tua serenidade e fortaleza
rendo meu olhar embevecido.

domingo, 3 de agosto de 2008

FOLCLOREANDO NA ESCOLA

FOLCLOREANDO NA ESCOLA
Vivências de Folclore em sala-de-aula no Ensino Fundamental
Thelma Regina Siqueira Linhares


Pensar, falar, escrever, pesquisar sobre o folclore é sempre muito prazeroso porque se trata de vivências, antigas ou atuais, compartilhadas ao longo de gerações. Afinal, traduz o pensar, sentir e agir do povo, como definiu Luís da Câmara Cascudo.
A palavra folclore vem do inglês - folk lore - e foi inventada em 1846, pelo sociólogo Willians Thomes, significando saber (folk) do povo (lore). No Brasil, o termo traduz tudo aquilo que, compartilhado pelo povo, caracteriza a sua própria identidade, a sua brasilidade e/ou, então, aquilo que é peculiar a uma região, a uma localidade menor, ou até mesmo, a um grupo social específico.
Para que um fato seja considerado folclore é preciso que alguns fatores, em conjunto, sejam considerados. Do contrário, é um fato social, popular.
Anonimato: no fato folclórico, o autor ou inventor conhecido se perdeu no tempo. Foi despersonificado.
Aceitação coletiva: inventado e aceito, o fato passa a ser repetido, vivenciado, modificado, acrescido. O povo passa a incorporá-lo como seu.
Transmissão: o fato é passado às novas gerações pela transmissão, preferencialmente, oral. A aprendizagem, quase sempre, é informal e lúdica - aprende-se por aprender, fazendo brincando. Hoje, os meios de comunicações em massa, acessíveis a parcelas cada vez maiores da população e a escolarização em índices sempre crescente, reduzem a importância da oralidade no processo de perpetuação do fato folclórico. Identificando na perpetuação do folclore o dinamismo que o caracteriza: folclore é vida!
Funcionalidade: o fato folclórico existe para atender alguma função ou necessidade, uma razão de ser, um porquê, que pode, inclusive, já se ter perdido no tempo.
São inúmeras e variadas as manifestações folclóricas, vivenciadas no coletivo e, às vezes, com conotações bem individualizadas. Desejar saúde para quem espirra, ter o número 13 como de azar ou sorte, cantar "atirei o pau no gato", comer uma canjica, dançar uma quadrilha, comprar um bumba-meu-boi de barro, empinar um papagaio ou pipa, usar branco na passagem de ano, etc. etc. são alguns exemplos de manifestações folclóricas vivenciadas em diferentes etapas da vida e em oportunidades e freqüência, igualmente, variadas.
O folclore direcionado às crianças, talvez, seja o mais rico em manifestações. E, com certeza, é o que mais belas lembranças trazem.
Cantigas de ninar ou acalanto: Começa no berço o aprendizado do folclore. Com que amor a mãe ou a figura materna canta para adormecer o bebê!
Dorme neném / Que a cuca vem pegar /Mamãe foi pra roça/ Papai foi trabalhar.
Cantigas de roda: expressão maior da infância, particularmente, das meninas. Importante instrumento de socialização nas escolas de Educação Infantil (creche e pré-escola). Os livros didáticos de Educação Infantil e das primeiras séries do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries), regularmente, trazem esta manifestação folclórica em suas páginas.
Pai Francisco entrou na roda / Tocando o seu violão / Delém, dém, dém (bis) / Vem de lá seu delegado / Que Pai Francisco / Saiu da prisão. / Quando ele vem / Se requebrando Parece um boneco / Se desmanchando. (bis)
Histórias de trancoso ou da carochinha: quem não guarda na memória passagens inesquecíveis de suas histórias prediletas e que dividem, com os super-heróis televisivos, o imaginário infantil?
Cinderela, Branca de Neve, Os Três Porquinhos.
Brinquedos populares: brinquedos confeccionados artesanalmente ou não e que fazem a alegria da garotada, em particular, as das camadas socioeconômicas mais desfavorecidas.
Pipa (papagaio), pião, mané-gostoso, bruxinha de pano, iô-iô, rói-rói.
Brincadeiras infantis: brincadeiras vivenciadas, principalmente, pela garotada dos bairros mais populares, morros e periferias do Recife. Sujeitas a modismos.
Pular academia (amarelinha), pular elástico e corda, soltar papagaio (pipa), jogar bola de gude, pião, brincar de estátua, telefone-sem-fio.
Adivinhações: perguntas que se faz, geralmente, usando a expressão "o que é o que é?" e que a criançada se apressa em resolver os desafios e enigmas.
O que é o que é?Tem coroa e não é rei? Tem espinhos e não é rosa? (Resposta: abacaxi)
Parlendas: brincar com as rimas das palavras é preferência da garotada, em especial, nos primeiros anos de escolaridade.
Um, dois - feijão com arroz. Três, quatro - farinha no prato Cinco, seis - tudo outra vez Sete, oito - como biscoito Nove, dez - besta tu és.
Trava-língua: brincar com as palavras que, em combinações complicadas, devem ser ditas rápida e repetitivamente.
Na casa de seu Saldanha tinha uma jarra e dentro da jarra uma aranha. / A aranha arranha a jarra e a jarra arranha a aranha. (bis)
Lendas: histórias que tentam dar explicações a fenômenos da natureza, a seres vivos e imaginários.
Negrinho do pastoreio, Cumade Fulozinha , Saci-pererê, Boitatá, Sereia, Boto cor-de-rosa, do Milho, da Mandioca.
Quadrinhas: as meninas, especialmente ao entrar na adolescência, usam esta manifestação folclórica para expressar a descoberta do amor.
Com a escrevo amor / Com p escrevo paixão / com e escrevo Edvaldo / Que é dono do meu coração.
Mitos folclóricos: seres do imaginário coletivo que têm existência própria e estão associados às lendas. Saci-pererê, Sapo-cururu, Cuca, Boitatá, Iara, Caipora, Mula-sem-cabeça, Curupira Lobisomem.
Piadas ou anedotas: histórias engraçadas ou até imorais que fazem a graça em rodinhas de amigos, algumas vezes, regadas por cervejas. Piadas de português, de papagaio, de Juquinha, discriminatórias (de negros, pobres, deficientes físicos, homossexuais).
Medicina popular: uso das plantas que curam, de uma farmácia vinda diretamente da natureza. Sabedoria tradicionalíssima usada, em especial, pelas camadas da população mais pobres e por aqueles adeptos da medicina alternativa e natural. Médicos e demais profissionais da saúde, vêm dando importância a esta terapia, objeto de estudos cada vez mais difundido nos meios acadêmicos, científicos e farmacêuticos. Boldo, hortelã, língua de sapo, alfavaca, canela, gengibre, biribiri, mastruz.
Literatura de cordel ou folheto: literatura popular e tradicional, talvez, o principal meio de comunicação entre as camadas mais populares, até as primeiras décadas do século XX. Muitas vezes associada ao canto. O poeta-trovador, por intermédio de desafios e "causos", levava conhecimento e diversão à platéia, que acompanhava atenta.
Estórias de animais, de amor, de religião, de banditismo, mitológicas (com motivos de morte, magia, sorte ou agouro), de fatos acontecidos.
Xilogravura: artesanato da gravura, do desenho. Associada, principalmente, ao folheto, à literatura de cordel. Cenas da natureza e do cotidiano do sertanejo costumam ter destaque na temática da xilogravura.
Artesanato: usando material diverso (palha, barro, madeira, pano, papel, gesso, plástico, cera, contas, miçangas, sementes) e muita criatividade, o artesão concretiza o imaginado, criando objetos utilitários, votivos ou estéticos.
Peças de barro da escola de Mestre Vitalino, Caruaru (PE), Rendas de Passira (PE), Carrancas do Rio São Francisco (PE e BA), Colares hippies.
Provérbios/Ditados populares: pensamentos, frases feitas, máximas, cujas mensagens objetivam interferir, positivamente, na conduta e no comportamento. Filosofia, moral, ética e religião transparecem explícitas ou nas entrelinhas.
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Frases de pára-choques de caminhão: frases de cunho moral, religioso e até imoral, difundidas pelos caminhoneiros em seus veículos: Dirigido por mim, guiado por Deus / Vou arranjar ½ de rezar 1/3 para ir a ¼ com você. / 20 ver.
Superstições: práticas de comportamentos para afastar e/ou neutralizar azar para dar e/ou atrair sorte. São reforçadas pelas coincidências de resultados considerados.
Número 13, figa, ferradura, determinada roupa, repetir comportamento, não passar debaixo de escada, desvirar roupas e calçados, bater na madeira.
Crendices: fórmulas para manter determinados comportamentos, condicionados pela crença do faz mal ou do faz bem.
Faz mal tomar leite e comer manga. / Deixar chinelos emborcados provoca a morte de pessoa querida. / Pular janela causa a morte da mãe.
Comidas típicas: características a determinadas localidades geográficas e ciclos folclóricos, muitas vezes, incorporadas à culinária trivial e cotidiana deixando, com certeza, água na boca e dando um sabor especial ao folclore brasileiro.
Canjica, pamonha, pé-de-moleque caracterizam o ciclo junino, em especial, no Nordeste. Churrasco, feijão tropeiro apreciados no sul do país. Feijoada, baião-de-dois, vatapá, acarajé, pato ao tucupi.

Bebidas típicas: versão líquida da culinária incluída no folclore brasileiro. Batida de maracujá, licor de jenipapo, chimarrão, caipirinha.

Folguedos populares: identificados com os principais ciclos folclóricos.Bumba-meu-boi, Pastoril, Reisado, Fandango.

Danças folclóricas: associadas a folguedos, ritmos e músicas ilustram a diversidade e riqueza do folclore brasileiro. Algumas dessas danças possuem trajes típicos, que lhes dão identidade própria. Frevo, Xaxado, Coco, Ciranda, Forró, Maracatu, Caboclinho, Quadrilha.


Os folcloristas costumam, didaticamente, identificar ciclos no folclore brasileiro e que são vivenciados, em todo o território nacional, com intensidade e características próprias.
Ciclo Carnavalesco: tem as folias de Momo como referência onde predominam a alegria, cores, descontração e irreverência.Frevo, Maracatu, Caboclinho, Urso, Máscaras, Fantasia.

Ciclo da Quaresma ou Semana Santa: referem-se à Paixão e Morte de Jesus Cristo. A malhação de Judas e a culinária à base de coco.

Ciclo Junino: iniciado no dia de São José (19 de março) com o plantio do milho, tem a culminância com os Santos de junho: Santo Antônio - o casamenteiro (13), São João (23) e São Pedro e São Paulo (29). Este ciclo é muito festejado no Nordeste, caracterizando-se pela alegria, cores, festanças e uma gostosa culinária, à base do milho. Forró, baião, banda de pífano. Quadrilhas, roupas matutas. Balões, fogos de artifício. Superstições e adivinhações para resolver problemas amorosos. Comidas típicas: pamonha, canjica, pé-de-moleque, milho assado e cozido. Quentão. Ciclo Natalino: o nascimento (Natal) de Jesus Cristo é o tema central deste ciclo. A solidariedade, o amor ao próximo e a Deus, aparecem, explicitamente ou nas entrelinhas, em todas as manifestações do período. Pastoril, Presépio, Papai Noel, troca de presentes. Superstições, crendices. Comidas típicas.


Os órgãos oficiais de turismo, cientes da motivação que tais ciclos exercem, concentram esforços junto à mídia, para divulgação nas demais regiões do Brasil e no exterior, sabedores de que divisas ficarão com o fluxo maior de turistas nesses eventos.
No entanto, é imprescindível ter a clareza que, folclore, popular e turismo não são exatamente a mesma coisa, embora, quase sempre estejam associados. Atentar para isso é importante para professores e bom para o folclore.
Pernambuco possui um número considerável de pessoas que fazem e/ou vivem o folclore. Algumas conhecidas e famosas. A maioria, desconhecida e anônima.
Na Cerâmica, os bonecos de barro, têm em Mestre Vitalino seu maior nome. Fez escola, ainda hoje seguida, por filhos, netos e conterrâneos de Caruaru. Naquela cidade há o museu em sua memória, na casa onde viveu.
Nas Carrancas do Rio São Francisco, destaca-se Ana das Carrancas.
Na Cerâmica dos santos de barro, cita-se Zezinho de Tracunhaém.
Na xilogravura, J. Borges, é um artesão do desenho, além de poeta popular. Suas xilogravuras ilustram folhetos, quadros e painéis.
Na Ciranda, duas mulheres se destacam, em especial nas décadas de 1960 e 1970, quando, semanalmente, comandavam rodas de ciranda em suas respectivas cidades: Lia de Itamaracá, na ilha de Itamaracá e Dona Duda, no Janga, Paulista.
No Coco, destaca-se Dona Selma do Coco, descoberta pela mídia televisiva, em 1997, quando após gravar CD, apresentou-se pelo país e Europa, em programas de televisão, casas de espetáculos e festivais.
No frevo, personificando-o destaca-se Nascimento do Passo, que há décadas faz escola e ensina os segredos do frevo a passistas de todas as idades em escola municipal e oficinas. Nos últimos anos, a garota Safira tem recebido apoio dos órgãos oficiais de turismo para divulgação do frevo pernambucano.
Os bonecos gigantes de Olinda são cada vez mais populares nas ladeiras daquela cidade tornando-se expressão característica do seu carnaval. Sílvio Botelho é o principal artesão, o pai dos bonecos gigantes. Homem da Meia-noite, Mulher-do-dia, Menino da Tarde,
Gilberto Freyre, Capiba, Turista.
Maracatu rural destaca-se Mestre Salustiano.
Mamulengo ou fantoche é outra modalidade do folclore brasileiro destacando-se Mestre Tiridá e os bonecos de Lobatinho.
O folclore brasileiro vem sendo estudado, sistematicamente, durante todo o século XX embora, só em 1966 teve o dia 22 de agosto, lhe dedicado oficialmente, por decreto-lei.
Pereira da Costa foi um dos pioneiros nos estudos folclóricos. Luís da Câmara Cascudo, com certeza, o maior pela sistematização didática e pela extensa bibliografia. Renato Almeida, Edson Carneiro, Théo Brandão, Saul Martins, Waldemar Valente, Roberto Benjamim são nomes de destaque entre os folcloristas, de ontem e de hoje. Mário Souto Maior, que durante muitos anos, esteve à frente da Coordenadoria dos Estudos Folclóricos, da FUNDAJ, foi exemplo de dedicação ao folclore. Dicionário do Palavrão, Nomes próprios pouco comuns, Comes e bebes do Nordeste, Assim nasce um cabra da peste são alguns das dezenas de títulos do referido pesquisador, que também escreveu para o público infantil.


O professor de Educação Infantil (creche e pré-escola) e, principalmente, o de Educação Fundamental (1ª a 8ª série) tem no folclore panos para as mangas. Conteúdo significativo para trabalhar, não apenas no mês de agosto, mas o ano todo, todo ano. Não só os temas integrantes da pluralidade cultural, como diferentes conteúdos, das áreas específicas do conhecimento, podem ser abordados a partir de um fato ou manifestação folclórica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) garantem a interdisciplinaridade que, naturalmente, aflora ao se vivenciar fatos folclóricos na sala-de-aula.
Numa receita de culinária típica, feijoada por exemplo, o professor de 1ª a 4ª série pode trabalhar:
Português - escrita e leitura do texto, tipografia textual, conteúdos gramaticais.
História - localização temporal da receita.
Geografia -- localização espacial da origem ou aceitação coletiva da feijoada.
Ciências -- valor nutritivo da receita e seus ingredientes, origem dos mesmos na natureza.
Matemática - medidas de massa e volume implícitas nos ingredientes.
Artes - desenho da receita, dramatização de uma cena da família se alimentando.
Se a turma for de 5ª a 8ª série, o professor pode ainda abordar:
Química - composição química de alguns ingredientes da receita.
Física - relação entre temperatura e o cozimento da feijoada.
Inglês - traduzir a receita para o Inglês ou outra língua estrangeira.
O professor, vivenciando o folclore em sala-de-aula, pode desenvolver projetos didáticos os mais variados possíveis e cobrindo diferentes períodos do ano letivo de 200 dias (800 horas-aula) conforme determinação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) .
Ciclo carnavalesco (fevereiro/março), tempo e folclore (março), ciclo quaresmal, março/abril), folclore e mulher (maio), ciclo junino (junho), folclore na estrada (julho), folclore (agosto), folclore e vegetais (setembro), folclore infantil (outubro), folclore de vida e morte (novembro), ciclo natalino (dezembro) podem ser abordados em projetos didáticos e garantidos pela motivação que emanam das manifestações folclóricas, rendendo-se a seus encantos, educandos e educadores.
Atividades de pesquisa, escrita e reescrita, leitura e releitura, desenho, dramatização, confecção, fotografia, gravação e filmagem são formas possíveis de vivenciar folclore em sala-de-aula, nas diferentes séries do Ensino Fundamental, da rede pública e privada. Um outro recurso, a entrevista, talvez, seja a atividade mais científica de se vivenciar o folclore no cotidiano escolar, quando gerações diferentes conversam, ensinam, resgatam, comparam, socializam experiências - Como era antes? Como é hoje ? - de diferentes fatos e manifestações folclóricas, reproduzindo, na escola, a dinâmica do folclore existente desde os primórdios da humanidade, quando traços culturais passaram a diferenciar o homem dos outros animais.


FUNDAJ, micromonografia n° 288, agosto/2001.
e http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0090.html

quarta-feira, 30 de julho de 2008

COMBINAÇÃO IMPERFEITA


COMBINAÇÃO IMPERFEITA (*)

Thelma Regina Siqueira Linhares


Feriado
Mar
Calçadão pra Cooper
Gente bronzeada
Ondas pra surfe

Tudo perfeito

Exceto o sol
que cedeu espaço
pra chuva torrencial...


(*) Publicado em

terça-feira, 29 de julho de 2008

TRÊS ATOS


TRÊS ATOS (*)
Thelma Regina Siqueira Linhares

Roubando o osso
da cesta de lixo...
TICO ladrão.

Assustando a cena
da casa em festa...
TICO leão.

De novo amável
e amigável...
TICO, meu cão.

(*) Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos – vol 34 – março de 2007 – CBJE - RJ