Após
a cheia de 1975, o jabuti que era criado por minha avó Branca foi encontrado afogado
no quintal da casa de Campo Grande. Era um animal adulto, grande e que há anos
estava na família na expectativa de conter a erisipela, conforme superstição
popular. Contava-se que quando pequena eu passei pomada nos olhos do bichinho...
Anos
depois, já adolescente, tive uma pequena tartaruga tigre: Preta. Criada em apartamento, vivia solta pela casa e sempre que
possível era levada para tomar um solzinho e caminhar na areia e grama. Ainda
não havia regulamentação do IBAMA para proteção de animais silvestres. Ela foi
doada para Dora, uma irmã de Dinha, que morava em casa, mas terminou
desaparecendo numa enxurrada, daquelas que de vez em quando cai no Recife... Tenho
duas fotos dela, que posteriormente, digitalizarei para incluir neste post. “Olha um cagado!” foi a fala do pequeno,
filho de Lurdinha e Leonardo, ao nos visitar certa ocasião e encantado por
vê-la.
Em
janeiro de 2012, Edvaldo chegou com os quatro quelônios, doados. Apesar do receio
de adotá-los, pois já em tempos de IBAMA, não dava para recusar abrigo e
proteção, pois viviam em apartamento, num aquário que já era mais que uma
prisão para o grupo. Provisoriamente, ficaram na piscina desativada até a
construção do tanque das meninas.
Assim,
A Preta, Ninja Quebradinha, Maior e Pequena
passaram a ser, também, filhas de mamãe.
A Preta |
Ninja Quebradinha |
Maior e Pequena |
O
desejo de liberdade para elas, de uma vida mais natural possível, era sempre
acalentado, em especial quando observadas ao escutarem o barulhinho da água da
mangueira ao complementar água do tanque. (Acho que lembravam águas de rio da
longínqua infância...) Mas onde levá-las? Afinal, “eternamente responsável por tudo aquilo que cativas”. Garantias mínimas de bem estar teriam que ter.
Até que surgiu um espaço legal, apresentado por Célia, que também levou três filhas de casquinhos: o sítio de Rogério. O último dia do professor/a, 15 de outubro, foi escolhido para vivenciar mais uma lição de vida: a soltura das quatro tartaruguinhas num lago.
Um comentário:
Quando as tartaruguinhas chegaram em 2012 já estavam com uns 7 anos e apresentavam tamanhos e características diferentes. A PRETA, uma tigre, dominava o quarteto, juntamente com MAIOR. NINJA QUEBRADINHA, antes chamada Do Meio, recebeu esse nome pois na primeira noite escalou paredão de um metro sendo encontrada no portão há pelo menos uns 50 metros do local onde estava. Ano depois, apresentou duas quebras no casco. E MENOR, uma fêmea, vivia mais recolhida, meio enterradinha no seu canto predileto.
Meu desejo ao resgatá-las para a natureza é que sejam felizes e que vivam os seus longos anos! Comigo, continuam na memória e agora em histórias compartilhadas.
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