Fui pesquisar na discografia de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião uma relação temporal e
afetiva comigo. Fácil verificar, que tanto uma quanto a outra extrapolam-se,
presentes que estão no meu acervo musical.
Luiz
Gonzaga fez suas primeiras gravações em 1941, aos 26 anos de idade e 13 anos
antes do meu nascimento. Valsa, polca, serenata foram alguns ritmos musicais
daquele começo. E, os ritmos que iriam surgir sob a voz e sanfona de seu Luiz,
o Velho Lua: forró, xote, xaxado e baião.
Como nordestina, a obra de Luiz Gonzaga está presente desde
minha mais tenra infância. Através dos discos de vinil, os bolachões que
fizeram parte do acervo de papai Nami. Também escutadas no rádio elétrico da
família e depois no radinho de pilha, que ganhei de presente de meus avós
maternos, Branca e João. Mamãe Ivanice e Madrinha Getrudes cantarolavam alguns
sucessos, em um repertório seletivo, que incluía frevos, também. Como
professoras, músicas do Velho Lua foram trabalhadas e coreografadas para as
apresentações juninas das escolas onde trabalhávamos, Edna Maria e eu, na
década de 1980. Com o silêncio do Rei do Baião, outras vozes para os eternos
sucessos.
Certo que Edvaldo e eu nos conhecemos em outro ciclo. O
carnavalesco. Mas temos várias referências musicais do ciclo junino em comum.
E, também, na culinária. Deliciosamente deliciosa! Esse orgulho nordestino
ainda não compartilhado por Rodrigo e Raimundo Júnior. Benjamin começando a
vivenciar o São João. E, distante oceano, “Samarica Parteira” quase a trilha
sonora para Yann... não foi mesmo Sthella?
Em tempo. Em algum momento vovó Nadir comentou que "Assum Preto" era sua música predileta...
Um resumo da discografia de Luiz Lua Gonzaga? Difícil. Afinal,
escolher entre 627 músicas gravadas em 266 discos é tarefa. Árdua? Não... Tarefa
afetiva, que me propus neste texto.
Pé de serra (1942),
Asa-branca (1947),
Assum-preto, Cintura
fina, A asa de asa-branca, Estrada de Canindé, Qui nem jiló, Paraíba, Respeita
Januário (1950),
Olha pro
céu e Sabiá (1951),
São João do
Carneirinho e São João na roça e Beata Mocinha (1952),
O xote das
meninas, ABC do sertão, Vozes da seca, A vida do viajante (1953).
De 1954, cito Noites
brasileiras.
Riacho do
Navio (1955),
O cheiro da
Carolina, Derramaro o gai e Siri jogando bola (1956),
A feira de
Caruaru e São João no arraiá (1957),
Dezessete e setecentos (1958),
Sertanejo do
norte (1959).
Meu padrim
(1960),
Aroeira (1961),
Vida de vaqueiro e Fogueira de São João
(1962),
Caboclo
nordestino (1963),
A triste
partida, Ave-Maria sertaneja, Numa sala de reboco, Sanfona do povo (1964),
Matuto de
opinião (1965),
Xote dos
cabeludos, Óia eu aqui de novo, Crepúsculo sertanejo
e Xeêm
(1967).
O jumento é
nosso irmão (1968).
Ovo de
codorna, Dia de São João, O urubu é um triste (1971).
Samarica
Parteira e O fole roncou na serra (1972).
Daquele
jeito e Fole danado (1974).
Fulô de
maravilha (1976)
Onde tá tu
neném e Karolina com k (1997).
Pai Nosso e
Engenho Massangana(1978).
Súplica
cearense (1979).
Obrigado
João Paulo (1980).
Luar do
Sertão, Não vendo e nem troco (1981).
Tristezas de
Jeca (1982).
Tamborete de
forró(1983).
Danado de
bom e Pense n’eu (1984).
Deixa a
tanga voar, Forró número 1 e Tá é danado de bom (1985)iva meu Padim (1986).
Nem se
despediu de mim (1987).
Xote
ecológico (1989).
Para quem não conhece ou quiser recordar...
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