Memórias Afetivas Presentes no Domingo (4)
Resgato duas datas religiosas nas (minhas) Memórias Afetivas comentadas hoje: 1 e 2 de Novembro, respectivamente, Dia de Todos os Santos e Finados. Em algum Tempo, ambas as datas eram consideradas feriados. Finados vinha acompanhado de muitas restrições sociais por ser um dia de recolhimentos, orações e silêncios.
Na infância e adolescência, a visita ao Cemitério de Santo Amaro era compromisso familiar assumido. No ossuário familiar, muitos entes queridos fizeram lá sua última morada e foram chegando em diferentes anos. Flores, Velas e Orações na ocasião. E a Santa Missa, na Igreja de Santo Amaro ou na Capelinha de São Miguel. Gravei uma fala de um Padre celebrante lá no Cemitério sobre a diferença entre a "ausência da presença" e a "presença na ausência" nos parâmetros da dor-luto-saudade.
Na juventude e fase adulta, a dinâmica desses compromissos foi se modificando, rareando na frequência. Confesso que há anos rezo em casa mesmo. E, desde a pandemia da Covid-19, acompanho a Santa Missa nas redes sociais. Reverenciar àquelas e aqueles que fizeram suas Páscoas faz parte das minhas orações e Gratidão. Para Ancestrais, Familiares ou quem lembrança.
Em relação ao Dia de Todos os Santos, Padre Barros, que por anos celebrou na Capelinha de São Miguel, chamava atenção para todas e todos que viveram suas vidas cotidianamente, esforçando-se por viver conforme o "amar a Deus sobre todas as coisas E ao próximo como a si mesmo". Poderia citar Seres Humanos assim, independentes de Religião, Credo ou não. Não foram canonizados, mas iluminaram em suas Vidas terrenas.
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Buscando belezura hoje. Finados. Celebrando, neste dia, a Vida, dos que continuam presentes nas memórias afetivas. Em 70 anos são muitas ausências fisicas, que se avolumam com o passar do Tempo. Há anos sou a sobrevivente de minha família ancestral. Na infância, convivi com o luto por Papai Nami. Na juventude, Edna Maria, dolorosamente. Nos anos "enta" Mamãe Ivanice e Madrinha Getrudes. Da linhagem materna e paterna ausentes estão Avós, Avôs, Tias e Tios de nomes familiares diversos: Azevedo, Siqueira, Miranda, Linhares, de Sousa, Madruga. Nesta data, Paz e Luz, Perdão e Gratidão a todas e todos que fizeram sua Páscoa e que, marcaram minhas memórias afetivas. De forma presencial ou virtualmente.
(As fotos são de uma Alpínia, flor tropical. As mudinhas nascem da flor que murcha e vai secando. Essa, particularmente, é grande e de difícil acesso porque fica colada ao muro e tem outras plantas na frente. Da flor original, além das mudinhas primeiras, houve nova brotação e outras mudinhas e mais uma vez floração. E estão suspensas num só caule. Resiliência. Renovação. Vida que segue. Dica dela, né?)
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